Descubra o que é o mercado de crédito de carbono, como ele funciona e qual o impacto na redução das emissões de CO₂. Entenda o potencial do Brasil nesse mercado sustentável e veja exemplos reais de empresas que já lucram com a compensação de carbono.
Se você já ouviu falar de aquecimento global e mudanças climáticas, com certeza o CO₂ foi mencionado.
Esse gás, também conhecido como gás carbônico, é um dos principais vilões quando o assunto é efeito estufa.
Mas calma! Nem todo CO₂ é ruim. Ele faz parte do ciclo natural da Terra.
O problema começa quando liberamos mais gás do que a natureza consegue absorver, e é aí que entram as atividades humanas como:
- Queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, carvão);
- Desmatamento e queimadas;
- Produção industrial em larga escala.
Esse excesso de CO₂ fica preso na atmosfera, formando uma espécie de “cobertor” que deixa o planeta mais quente.
E quanto mais quente, pior para todos nós: ondas de calor, secas, furacões e o nível do mar subindo são apenas algumas das consequências.

Como o mundo está tentando resolver isso?
Lá atrás, em 1997, surgiu o Protocolo de Kyoto, onde vários países se comprometeram a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.
Depois, em 2015, veio o Acordo de Paris, que trouxe um objetivo ainda mais ambicioso: limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C.
Mas como fazer isso na prática? É aqui que entra o mercado de crédito de carbono!
O que é Crédito de Carbono e como funciona?
Pensa assim: toda vez que uma empresa ou país emite menos CO₂ do que o permitido, ela ganha um crédito.
Esse crédito pode ser vendido para outra empresa que não conseguiu reduzir suas emissões. É como um passe que permite compensar o que foi emitido a mais.
Um crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO₂ que deixou de ser emitida ou foi retirada da atmosfera.
Por exemplo:
- Se uma fazenda planta árvores que capturam CO₂ da atmosfera, ela pode gerar créditos de carbono;
- Se uma empresa investe em energia solar em vez de usar carvão, também pode gerar créditos.
Esses créditos são vendidos no mercado, criando um incentivo financeiro para que mais empresas adotem práticas sustentáveis.
Um exemplo prático: Tesla
A Tesla, que produz veículos elétricos, é uma das maiores vendedoras de créditos de carbono.
Como seus carros não emitem poluentes, a empresa acumula muitos créditos e os vende para montadoras que ainda produzem veículos a combustão.
Esse dinheiro ajuda a Tesla a crescer e incentiva outras empresas a buscarem alternativas mais limpas.
Qual é o potencial do mercado de carbono?
O mercado de crédito de carbono já movimenta bilhões de dólares e pode crescer muito mais.
Estima-se que ele será essencial para alcançar a meta de zerar emissões líquidas até 2050.
No Brasil, que tem vastos recursos naturais, o potencial é enorme! Projetos de reflorestamento, energias renováveis e agricultura sustentável podem gerar muitos créditos de carbono.
Além disso, o Brasil aprovou recentemente leis que regulamentam esse mercado, como o Projeto de Lei nº 528/2021, que criou o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE).
Nós, da Realixo, que trabalhamos com serviços de economia circular, em particular com compostagem, esperamos que esses serviços também possam gerar créditos de carbono no futuro!
Projeto de Lei nº 528/2021
O Projeto de Lei nº 528/2021, aprovado recentemente, institui o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), um marco regulatório que visa estabelecer um ambiente estruturado e transparente para a negociação de créditos de carbono no Brasil.
O projeto tem como objetivo incentivar a redução de emissões de gases de efeito estufa por meio de ações concretas, como projetos de preservação florestal, energias renováveis e, até mesmo, a compostagem.
Ao criar um mercado regulado, o PL nº 528/2021 facilita o acesso a investimentos para iniciativas ambientais e torna mais eficiente o processo de compensação de emissões, alinhando o Brasil aos compromissos globais de enfrentamento da crise climática.
Esse avanço é um passo importante na consolidação de um sistema de mercado que pode proporcionar novas oportunidades para empresas e projetos que buscam mitigar o impacto ambiental e contribuir para a sustentabilidade.
Como a agricultura regenerativa pode ajudar?
A agricultura é uma das grandes responsáveis pelas emissões de CO₂, principalmente por causa do desmatamento. Mas práticas como a agricultura regenerativa estão mudando esse cenário.
Na agricultura regenerativa, o solo é tratado de forma a capturar carbono. Além de ajudar no combate às mudanças climáticas, essa prática melhora a fertilidade do solo e reduz a necessidade de fertilizantes químicos.
Fazendeiros que adotam essas práticas podem gerar créditos de carbono e vender no mercado, criando uma nova fonte de renda sustentável.
Conclusão: Como o crédito de carbono pode ajudar o planeta
O crédito de carbono é uma ferramenta poderosa para reduzir as emissões de CO₂ e combater as mudanças climáticas.
Ele permite que empresas que ainda dependem de atividades poluentes possam compensar suas emissões investindo em projetos sustentáveis.
Mas é importante garantir que os créditos sejam reais e tragam benefícios concretos para o planeta.
Transparência e regulamentação são essenciais para evitar fraudes e greenwashing.
No Brasil, estamos apenas começando a explorar o potencial desse mercado.
E, com os recursos naturais que temos, podemos liderar essa transição para uma economia mais verde e justa.
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Fontes:
- ONU – Acordo de Paris
- Ministério do Meio Ambiente – Política Nacional de Mudança do Clima
- IPCC – Relatórios sobre Mudanças Climáticas
- Projeto de Lei nº 528/2021 – Mercado Brasileiro de Redução de Emissões
- Tesla – Relatórios financeiros e venda de créditos de carbono
- World Economic Forum – Mercado de Crédito de Carbono
- Embrapa – Agricultura Regenerativa
- IETA – International Emissions Trading Association
- SEEG – Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa
- IBAMA – Monitoramento e Fiscalização Ambiental
